Para criar suas coleções os estilistas pesquisam muito e em várias fontes, e uma em que eles bebem sem medo é o Rock. Na verdade, essa é uma via de mão dupla. Além de balançarmos com o ritmo genial que foi criado há mais de 50 anos, o Rock influencia a moda das ruas e dita o que os fãs vão vestir. Por consequência, o estilo dos artistas também acaba por influenciar a moda produzida pelos estilistas. Por isso, neste 13 de julho, Dia Internacional do Rock, preparei uma seleção com looks históricos de astros do rock’n'roll que já tiveram sua influência levada até às passarelas dos grandes desfiles.
Além disso, sugiro vários looks saídos dos palcos direto para as ruas. Mas claro, mais usáveis e descolados.
A wish list da Moda Rocker está repleta de itens pesados contrapondo com itens bem lady-like. A ideia é misturar tudo sem medo. Tachas, jeans, dourado e prateado, pérolas, tecidos fluídos, sapatos pesados, correntes, coletes, rebites, muitos acessórios, meias finas, camisetas de bandas, camisa de flanela, botas, ou melhor, coturnos, jaquetas, couro, coletes, bolsas de matelassê (estilo Chanel), voal, franjas, all star, vestidos, saias plissadas... ufa!
A influência do Rock em nossa vida é tão forte e marcante que ao fazermos uma breve retrospectiva musical, logo o vestuário vem à cabeça. Talvez os primeiros a unir Rock e Imagem, lá pelos anos 70, quase que como uma performance foi a banda Kiss. Junto com ela veio Ney Matogrosso (diz a lenda que na verdade foi o Ney quem influenciou o Kiss) e Dzi Croquetes. Muito couro, maquiagem e botas de cano alto marcaram época. Antes deles apenas Elvis Presley abusava do figurino em seus shows. Nos anos 80 foi a vez da onda New Rave (que hoje são chamados de Coloridos) que nada mais é, por exemplo, que a galera da banda B52, usando roupas mega coloridas, com muito gel no cabelo e várias calças skinny. Os anos 90 chegaram com um ar de ressaca visual. Depois de anos exagerando no look, os rockers, liderados por ninguém menos que Kurt Cobain, do Nirvana, apareceram com uma proposta mais limpa, mais clean. Surgia aí a época do minimalismo, composto por calça jeans, camisa branca ou preta(lisas), all star e no máximo, uma camisa de flanela xadrez. Pronto, lembrou do estilo Grunge?
Outro exemplo clássico da mistura Moda X Rock aconteceu com Liam Gallagher, vocalista do Oasis, uma das grandes bandas dos anos 1990. Ele provavelmente não pensou em ditar tendência de moda ao vestir uma parca para as gravações do clipe da música Do Y’Know What I Mean. Sua parca não tinha nenhuma relação com a música, não contava uma história, nem dizia muito sobre com o tema. No entanto, no dia seguinte à estreia do clipe, a suposta loja onde Liam teria comprado o casaco vendeu todo seu estoque de parcas. E bastaram apenas algumas semanas para que a peça se tornasse uniforme nas ruas de Londres. Até hoje ninguém sabe dizer quem bebeu de quem, se foi Liam da moda, ou a moda de Liam. O fato é que, em poucos dias, fãs e ídolo vestiam a mesma peça. E não importava o quanto as parcas se tornavam comuns nas ruas londrinas. No corpo – e no clipe – de Liam, elas ganharam outra dimensão.
O mesmo ocorreu no passado com o terninho dos Beatles, as pantalonas de Janis Joplin e as calças rasgadas de Joey Ramone. Rock e moda funcionam como uma via de mão dupla – desde que o rock é rock é assim. O estilo musical que mais vertentes apresentou no mundo funciona como um ‘amplificador’ de estilo para a maior quantidade possível de pessoas e com o acesso a informação que temos hoje, fica fácil copiar nossos ídolos.
Tivemos também os Emos, os Góticos, a galera do Hip Hop, além do Rockabilly, entre vááááários outros. Como vemos, tudo que citamos está mega em voga, provando que na Moda quase ninguém cria nada, apenas revisitam ou reclicam idéias boas.
Então, Welcome to the jungle!
Para se inspirar:
A miscelania rocker é inspiradora.
Olha a mistura “mulherzinha com a pegada rocker”. Dá super certo.
Janis Joplin costurava suas próprias roupas e fazia delas um instrumento de resistência política, negando-se a comprar peças novas, como faziam as meninas de seu tempo. Miçangas, crochês e sobreposição de colares - além dos famosos óculos arredondados - faziam o estilo da cantora. Em um desfile étnico para o verão de 2010, a Missoni também trouxe diversas referências hippies que remetem ao estilo de Janis.
O casaco que Jimmy Hendrix usou em um de seus clipes traz claras referências ao militarismo presente na época. Outras marcas de seu estilo eram as camisas de estampas psicodélicas e os lenços na cabeça. O casaco ganhou uma releitura no desfile da Balmain Verão 2010.
Para ler:
•LED ZEPPELIN - QUANDO OS GIGANTES CAMINHAVAM SOBREA TERRA
De: Mick Wall Editora: Larousse do Brasil
Este livro, elaborado por Mick Wall, percorre a história do Led Zeppelin a partir de sua convivência com o grupo. Resultado de anos de pesquisa se baseia não apenas em entrevistas individuais com todos os membros do grupo, mas também na visão que foi adquirida após três décadas no meio musical.
•RENATO RUSSO - O TROVADOR SOLITARIO
De:Arthur Dapieve Editora: Ediouro(RJ)
Mesmo 10 anos após sua morte, a legião de fãs de Renato Russo vem aumentando. Letras como 'Geração Coca-cola', 'Faroeste Caboclo', 'Índios', até hoje estão na cabeça de milhões de pessoas. Momentos importantes da vida do astro, como o tumultuado show em Brasília no ano de 1988, são contados por Arthur Dapieve neste livro.
•SEXO, DROGAS E ROLLING STONES
De:Nelio Rodrigues e Jose Emilio Rondeau Editora: Agir
'Sexo, drogas e Rolling Stones' cobre os 45 anos de carreira ininterrupta da banda de Mick Jagger, Keith Richards, Charlie Watts e Ron Wood, desde seus primórdios, em 1962.
•JIMI HENDRIX -A DRAMÁTICA HISTÓRIA DE UMA LENDA DO ROCK
De: Sharon Lawrence e Roberto Franco Valente Editora: Jorge Zahar
A jornalista Sharon Lawrence mostra uma versão até então desconhecida do músico nesta biografia. Sharon era sua amiga e confidente, para quem ele ligava nos momentos difíceis. Munida de farta pesquisa e do depoimento de fontes que haviam permanecido em silêncio até os dias de hoje, como vizinhos e músicos, conta a história de um artista genial, mas sensível, carente e deprimido, pressionado por interesses alheios à arte. A autora recompõe com delicadeza os conflitos da meteórica carreira de Hendrix, desvendando os bastidores de sua vida - agitação, viagens, processos na justiça, assédio de fãs, drogas, sonhos e desejos. Ainda traça o panorama da época e reproduz as conversas que teve com ele. Nelas, um Hendrix sensível está sempre pronto para o desabafo. Com coragem, expõe a verdadeira guerra judicial que se seguiu à morte do artista, em torno de sua herança.
Para assistir:
•The Wonders: o sonho não acabou (1996)
Lançado em 96, levou ao público as lindas pernas de Liv Tyler e o talento dramático de Tom Hanks, num filme que misturou muita emoção na ascensão e queda de uma banda de rock. A banda fictícia, The Wonders, fez sucesso mundial com a grudenda “That Thing You Do”
•Não estou lá (2007)
O filme conta, meio ficcional e meio real, de forma sucinta e direta a história de um dos maiores mitos do rock, Bob Dylan. O charme do filme está nas interpretações impecáveis de nomes como Cate Blanchet, Heath Ledger, Cristian Bale, Richard Gere, Juliane Moore e outros. Todos interpretando Dylan. Fantástico!
•The Wall (1982) A obra-prima do Pink Floyd, mais precisamente Roger Waters, virou um grandioso filme com uma trilha precisa e uma história bem trabalhada. Bob Geldof (ele mesmo, do Live Aid) interpreta Pink, o jovem rock star que vive uma trajetória conturbada numa sociedade mais conturbada ainda.
•Quase famosos (2000) É impossível assistir a Quase Famosos e ficar imune ao clima rock do filme. Mais uma vez Cameron Crowe leva para as telonas uma história incrível, misturando drama com muita música. Aqui, é a vez da banda fictícia Stillwater ser acompanhada em turnê pelo jovem Willian Muller, contratado da revista Rolling Stone para escrever uma matéria com os caras. Nesse caminho, muito sexo, drogas, conflitos, amores, descobertas e, claro, muito rock n roll. A trilha é simplesmente fantástica e conta com, além da própria Stillwater, nomes como Led Zepellin, Elton John, Nancy Wilson, The Who, David Bowie, Lynyrd Skynyrd e muitos outros. É rock pros olhos!
•The Dorrs (1991)
A incrível história de Jim Morrison foi levada às telas pelo polêmico Oliver Stone, mas quem realmente rouba a cena é Val Kilmer. O ator interpreta Morrison com uma intensidade e verossimilhança poucas vezes vistas na história do cinema. O filme traça um panorama fiel e trágico do mito que foi o líder do Doors, além de trazer roteiro e direção de primeira linha. É pra pular e chorar
Para ouvir:
Hoje escute o que você quiser, desde que seja Rock and Roll. E do bom!
Curiosidades:
•O Rock surgiu nos Estados Unidos no final da década de 1940 com raízes na música negra e rapidamente se espalhou pelo mundo. Foi sinônimo de rebeldia juvenil e, sem exagero, ajudou a mudar cultura e costumes em todo o mundo. E como ajudou...
•Elvis Presley morreu em 1977, mas o eterno Rei do Rock influencia gerações até hoje;
•Johnny Cash foi ídolo do country e do rock ao mesmo tempo;
• Beatles já venderam um bilhão de discos;
•Elvis Presley é o cantor com o maior número de fãs-clubes;
• Já se passaram 18 anos desde que Cazuza nos deixou e ele continua arrebatando cada vez mais fãs;
• Raul, quem diria, também já fez boleros. E muito bem;
•O Rock já rendeu mais de 50 vertentes;
Espero que curtam muito essa noite roqueira! E no estilo, heim?!
Bises,
Li
“Fashion Inteligente, Modernética Vintage, Criticamente Alternativa”
Fontes:
http://modaspot.abril.com.br
http://www.insoonia.com/
DEDOC / FOTOSITE
Douglas Alexandre Perez
Adoro as duas coisa e acho q juntas fazem um belo par...belo post!
ResponderExcluirParabéns pela coluna na TVABCD, as coisas vão acontecendo qdo tem q ser mesmo. Sucesso!
Obrigada pelo elogio, escrita é treino e observação, e eu ando treinando bastante. Volte sempre Li, beijooooous!